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sábado, 17 de outubro de 2015

CRÔNICA - O SEMEADOR DE ESPERANÇA

O SEMEADOR DE ESPERANÇA


Autor: Professor Neemias

Dizem que um homem saía todos os dias, às seis horas, para ir ao trabalho. Ele caminhava cerca de quinhentos metros pela Rua das Flores, antes de pegar uma lotação. O homem não conseguia entender como uma rua tão mal cuidada pudesse ter nome de flores. Sem asfalto, com vários buracos e, para piorar, ao passar em frente ao córrego que margeava a rua, tinha que prender a respiração, pois tamanho era o mau cheiro. Para seu desgosto, retornava pelo mesmo caminho às dezoito horas.
 Para piorar, todos os dias, na ida e volta, encontrava um senhor de cabelos brancos e roupas velhas. No período da manhã, o velho contemplava aquela paisagem que o homem imaginava ser um lixão gigantesco, dado o mau cheiro. Na volta ele o encontrava com vários sacos de lixo na mão.  O velho, toda vez o cumprimentava com um sorriso, mas o homem, revoltado com a situação, não respondia e resmungava para si mesmo: quando eu ficar velho, não quero ser igual a este porco, que, ao invés de dormir, fica poluindo cada vez mais esse lixão!
Com o passar dos dias, a montanha de lixo a margem do rio aumentava e o velho continuava lá firme e forte.  Muito intrigado o homem começava a matutar o que ocorria. “Acho que esse velho deve ganhar algum trocado jogando lixo dos vizinhos no rio, será que não percebe que esse local não suporta mais lixo e que já esta chegando à rua?”.
Um dia, não contendo mais a curiosidade e a indignação, aproximou do velho pronto para dizer a ele tudo o que sabia sobre crime ambiental. Antes que pudesse dizer algo, o velho o cumprimentou com um largo sorriso e começou a falar com tanto entusiasmo que o homem não teve alternativa a não ser ouvir:
- Eu, quando era jovem, pescava neste córrego, caçava e brincava com meus amigos. Foi aqui que passei os melhores anos de minha vida – disse com uma voz suave e triste - Cresci, e como muitos, esqueci minhas origens – sua voz soava com emoção e olhos marejados.  Tornei-me mestre de obras. Construí várias casas ao lado desse córrego, como na época ainda não existia saneando básico, o esgoto das casas eu desviei para este córrego.  Esse foi o legado que deixei para meu filho – disse tristemente. Mas, aquilo ali, é o que quero deixar aos meus netos – terminou com um largo sorriso de esperança.
O homem olhou para onde o velho apontava e viu que ao longo do córrego, não existia mais lixo, a água estava transparente e dava até para ver peixinhos nadando freneticamente. Algumas borboletas pousavam em algumas plantas e árvores que cresciam a margem do córrego.
 Envergonhado pelo seu pré-conceito e pela falta de educação, o homem abraçou o velho, pedindo, repetidamente, desculpas. E, por fim, disse com voz emocionada:
- Parei para lhe dar uma lição de moral, mas acabei recebendo em troca uma lição de vida.

            Dizem que agora, o homem acorda todos os dias pensando no futuro que poderá deixar aos meus filhos.

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